sábado, 29 de agosto de 2015

SUJEITO OU OBJETO: QUAL ESTÁ NO COMANDO?



A palavra SUJEITO, de tão usual e com tantos significados, nos levou a consultar sua etimologia para podermos especificar o sentido que fundamentará a elaboração deste artigo. Ela deriva do Latim SUBJECTUS, particípio passado de SUBICERE, "colocar sob, abaixo de", formado por SUB, "sob", mais a forma combinante de JACERE, "lançar, atirar". Sendo apenas fiel ao étimo latino, podemos afirmar que sujeito é aquele que está no comando de alguma coisa ou situação. É o ente que interfere na realidade e assume todas as responsabilidades decorrentes de seus atos.

E agora, o que dizermos acerca do OBJETO? Do Latim OBJECTUM, significa atirado adiante. Assim, a etimologia da palavra refere-se ao que é posto diante. Esta descrição evidencia que o objeto recebe a ação do sujeito na medida em que  é posto adiante, a critério da vontade do sujeito.

Talvez, até aqui, nenhuma novidade esteja sendo apresentada e seria maravilhoso se continuássemos assim, vendo o sujeito dar as cartas sempre que interage com o meio onde cumpre as atividades de todos os dias. Infelizmente, não é isso que verificamos na maioria dos pacientes que procuram o nosso consultório. O que vemos, de fato, são pessoas atormentadas por pressões insuportáveis exercidas pelo conjunto de objetos que deveria estar sob gestão dos sujeitos.

Desse universo de pacientes, muitos têm consciência de todo o processo gerador do próprio sofrimento e dos meios para saná-los, mas perderam, completamente, o poder de decidir - "Já imaginou o que vão dizer de mim se eu fizer isso? Não quero me indispor com ninguém. Prefiro deixar tudo como está". Essas pessoas, em geral, tiveram perdas importantes, especialmente de dignidade,  e agora se submetem ao outro para garantir a aceitação social. Nesse caso, estão abdicando do papel de sujeito para se tornarem objeto de conveniências. 

Você faz ideia como essas pessoas se sentem? É difícil imaginar, porque existe a individuação da dor, a singularidade do sofrimento, em que a simples noção do que se passa com outro não corresponde ao que ele realmente sente. Com frequência, mostram-se como pessoas insignificantes, com autoestima negativa, à deriva em águas turbulentas que se estendem para todas as direções e sem destino algum. Mesmo acostumados à escuta de tantos sofrimentos, ficamos comovidos quando o paciente diz: "Nem sei porque vivo".

Para sorte de todos nós, o "fundo do poço" é o limite e ninguém vai além. Nossa suprema alegria é estendermos nossas mãos àqueles que estão deslizando pelas paredes desse "poço" e, juntos, realizamos a jornada de volta ao mundo de infinitas possibilidades, que muitas vezes parecem desaparecer de nossa existência, mesmo que continuem à nossa disposição. E, tão logo dissipemos o véu de nossos olhos, enxergamos o quanto "a vida é bela", cheia de encantos, fascínio de prazeres inesgotáveis. Isso não é nenhuma fantasia, mas apenas o prêmio reservado a todas as pessoas que vivem o seu papel de sujeito e fazem dos objetos uma riqueza imensa para si e felicidade ao compartilhá-los com o semelhante.

Se, neste momento, você se sente manipulado como se fosse um objeto, livre-se do preconceito de que o profissional de Psicanálise, ou de áreas afins, existe para os loucos. Ao contrário, atuamos para restaurar no sujeito tudo o que potencialize o orgulho de si mesmo, o prazer de estar com o outro e as aspirações de transcendência.

Ramos de Oliveira
Psicanalista Clínico
Professor de Psicanálise e Palestrante


Email: ramos.talentos@gmail.com
Av. Santos Dumont, 847 - Sala 303 – Aldeota
Fortaleza - Ceará - Brasil




quinta-feira, 27 de agosto de 2015

1. O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ?


Caros leitores,


Daremos início a uma sequência de abordagens psicanalíticas de situações que poderão estar acontecendo com você e, provavelmente, comprometendo sua qualidade de vida e sua felicidade.

Boa leitura!


1. O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ?


Será que você recebeu uma educação excessivamente controladora e carregada de moralismo, onde tudo era pecado, que reprovava, e ainda reprova, a maior parte de suas decisões, tornando você um pessoa insegura e cheia de culpa pelo o que fez ou deixou de fazer?

Um quadro emocional, como o descrito acima, justifica o início de um competente processo psicoterápico, visando à transformação do estado de culpa em autonomia do próprio destino. A força do par-analítico - terapeuta e paciente - revela capacidades que pareciam não existir.


Ramos de Oliveira
Psicanalista Clínico
Professor de Psicanálise e Palestrante


Email: ramos.talentos@gmail.com
Av. Santos Dumont, 847 - Sala 303 – Aldeota
Fortaleza - Ceará - Brasil