segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O QUE FAÇO COM ESTE PROBLEMA?



Embora os dois hemisférios do nosso cérebro funcionem de forma integrada, cada um deles incumbe-se de operações específicas. Assim, o hemisfério esquerdo responde pelo raciocínio e se expressa através da linguagem oral, enquanto o hemisfério direito gerencia as emoções e se exprime por meio da linguagem visual (imagem, desenho).


Saber como ambos funcionam nos permite aferir o peso da carga que incide sobre o nosso hemisfério direito sempre que sentimos ciúme, inveja, raiva, ódio, medo, tristeza, alegria, etc. Agora, imagine como ficam nossas estruturas emocionais quando pensamentos intrusivos e catastróficos resolvem acampar em nossa mente, comprometendo nosso sono, nossa alimentação, nossa interação com o outro e até nossas rotinas profissionais. 


Nos estados emocionais patogênicos, aqueles que causam doenças, os pensamentos hostis parecem desabilitar nossas competências racionais, enquanto permanecemos à mercê de circuitos neurais encarregados de realizar a monótona, cansativa e estressante repetição de um sofrimento que nos controla e nos consome. O resultado de tudo isso é uma infelicidade invasiva, oportunista, sedutora e convincente de que nada mais tem sentido.


Calma! Todo problema tem solução, e se não tem solução por certo não é mais um problema. Até porque - entende-se por problema - "o resultado indesejável de um processo". Para lidar com as emoções corrosivas, dispomos do poderoso, analítico, ponderado e investigador hemisfério esquerdo, capaz de discernir o que é real do que é distorção da realidade. 


Quando percebemos que o véu que mistura realidade com fantasia deve ser dissipado, basta acionarmos um dos mais potentes recursos da razão que nos permite questionar: "O que farei com o ciúme que estou sentindo"?, "Como posso gerenciar esse medo que tanto me atormenta"? "De que maneira pretendo manejar esses pensamentos que não passam"?  E assim, deveremos proceder em relação a tudo que nos causar mal-estar.


Você deve estar se perguntando: como essas transformações acontecem? É muito simples. Ora, se os sentimentos são gerados no hemisfério direito, o que vamos fazer com tais sentimentos só é possível se migrarmos do eixo das emoções para o processamento da razão. Pode ocorrer que muitas pessoas permanecem, por longos períodos, ruminando emoções de alta letalidade, porque mecanismos defensivos suspendem nossas habilidades de questionar. Quando investigamos, descobrimos, aprendemos e transformamos.


É por meio dos questionamentos que assumimos o controle da situação. Se não controlamos, tornamo-nos controlados pelas situações. Todas as vezes que isso acontece, trocamos a posição de sujeitos pela posição de objetos. Dessa maneira, é natural que nos percebamos desprovidos de vontade e de vida própria. Aliás, é a perda de controle a condição para que ocorra a formação de um trauma. Com a existência de dois hemisférios, O Designer de Suprema Inteligência, o Criador de tudo, conferiu a todos nós o papel do manejo adequado da polaridade razão-emoção. Caso, sozinho, não esteja conseguindo esse equilíbrio, é prudente, humano e inteligente buscar ajuda profissional.




Ramos de Oliveira
Psicanalista Clínico
Professor de Psicanálise e Palestrante


Email: ramos.talentos@gmail.com
Av. Santos Dumont, 847 - Sala 303 - Aldeota


Fortaleza - Ceará - Brasil